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domingo, 20 de novembro de 2011

Grito

Porquê?
Porque te sinto correr entre os dedos,
Como areia que teima em passar.
Insegura e teimosamente fugidia!
Porquê?
Porque não tenho o dom de amar e ser amado,
Buscando as respostas em mim.
Não as acho nem sou achado…
Porquê?
O meu interior diz que não estás presente,
Que não me aguardas entre desejos.
Como foi e recordo do passado!
Porquê?
Cego de desejo não pressenti,
Que o nosso tempo terminou.
Fiquei estagnado e nem sequer corri!
Basta!
Não quero mais respostas.
Desejo correr à chuva e ao vento,
Liberto de mim mesmo, gritando ao mundo:
Já não sou prisioneiro do passado!


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Anjo meu

Quando me senti perdido e sem rumo,
E só a solidão me acompanhava.
Foste tu quem me amparou,
Da queda no abismo, desta vida amargurada.
Onde o desespero, o tempo parou.
Não existia o dia, não havia madrugada…
Desse chão frio, ergueste a minha alma,
Oferecendo os teus braços, docemente amigos,
Que me aconchegaram junto ao peito.
Devolveste-me o calor da vida,
Ternura e amor envolto em respeito.
Guardarei eternamente em mim,
A memória desse olhar fraterno.
Tão meigo que nas memórias perduras!
Assim, como esse momento fugaz,
Cintilante e subtilmente eterno.
Nesse ultimo segundo atroz!
Que mais parecia a eternidade,
Descobri que nunca estamos sós.
E o único caminho, é o rumo à felicidade.







terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tejo

Descobri nas águas do Tejo, um murmúrio de saudade,
Nas ondulações da tua corrente, um suspiro da verdade…
Em ti, perdem-se os olhos pensativos,
De quem roga que o guies, para lá do teu fim…
Mostra o caminho nas águas.
Trá-lo de volta em teus braços,
Pelo grito da ave que sobrevoa.
Conta o nosso segredo, por fim…
Mostra-lhe o caminho por mim,
Da verdade que tanto entoa.
Da tua voz silenciosa que teima em falar…
Rasgada por passagens, tão breves!
Que se distendem até ao mar.
Embalado em teus braços seguros!
Perdidos no tempo e no olhar.
Tu que escondes tantos mistérios,
E conheces tão bem o teu rumo…
Sussurra-lhe ao ouvido o caminho.
Para que, por fim, me possa encontrar… 



segunda-feira, 24 de outubro de 2011

De palavra em palavra...



Despertei do sono profundo,
Mal acordado e ainda entorpecido.
Encontrei-te envolto em dúvidas,
Sem respostas e novas metas achadas.
Agradável surpresa a minha!
Que vou descobrindo nas palavras,
Motivos para continuar…
A cada palavra aumenta o meu desejo.
A inquietude domina o tempo,
Já a manhã rompe a madrugada!
O desejo do aconchego se instala…
Palavra em palavra, frase em frase!
Levantamos o pano de nossas vidas…
Mostrando ao sol a nossa existência,
E ao mundo o nosso anseio.
Nesta dança das palavras…
Ora vibrantes e ondulantes,
Ora surpreendentes e repletas de humor!
Vou descobrindo quem és!
Momentos que desejo jamais ter fim.
Vem! Vem descobrir quem sou!
Pois desejo partilhá-lo contigo.
E escreve-lo no futuro sem temores…
De palavra em palavra…





domingo, 9 de outubro de 2011

Coleccionador de corações

Eu sei que não posso dar mais nenhum passo até ti.
Porque tudo que me espera é arrependimento.
Tu sabias que não sou mais o teu fantasma?
E perdeste o amor que mais amei.
Eu aprendi a viver, metade vivo.
E agora queres-me mais uma vez.
Quem pensas que és?
Correndo por aí deixando cicatrizes.
Coleccionando um monte de corações.
Rasgando o amor ao meio.
Vais apanhar frio,
Do gelo que brota da tua alma.
Então, não voltes para mim!
Quem pensas que és?
Eu ouço-te perguntar por todo o lado,
Se estou em algum lugar para ser encontrado.
Mas cresci muito forte,
Para cair de novo nos teus braços.
Eu aprendi a viver, metade vivo.
E agora queres-me mais uma vez.
Quem pensas que és?
Correndo por aí deixando cicatrizes.
Coleccionando um monte de corações.
Rasgando o amor ao meio.
Vais apanhar frio,
Do gelo que brota da tua alma.
Então, não voltes para mim!
Quem pensas que és?
Levou tanto tempo até me sentir bem,
A lembrar-me como levar a luz aos meus olhos.
Eu queria ter perdido, a primeira vez que nos beijamos,
Porque quebras-te, todas as tuas promessas.
E agora estás de volta
Não me vais ter de volta.
Quem pensas que és?
Correndo por aí deixando cicatrizes.
Coleccionando um monte de corações.
Rasgando o amor ao meio.
Vais apanhar frio,
Do gelo que brota da tua alma.
Então, não voltes para mim!
Não voltes para todos nós…
Não voltes para todos nós…
Não voltes para todos nós…



Poderia ter sido escrito por mim? Poderia! Claro que poderia mas é apenas a letra da música Jar of Hearts - Christina Perri, fantástica não???


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Palavras

Palavras são como brisa,
Ora leves ora banais...
São como toque na alma,
Bálsamo em corpo que dói.

Quando as dizes com ternura,
São frescas como gotas de orvalho.
Matam esta sede de amor.
Em dias quentes sem fim.

Vem! Quero ver o teu corpo,
Deitada imóvel no meu leito...
Assim perdido no tempo,
Nas curvas formosas do corpo que é teu.

Vem! Quero sentir o sabor da pele
E do beijo que perdura.
Ver as gotas de esforço percorrer,
Os caminhos mais sinuosos do teu corpo.

Por fim, só no fim vamos trocar palavras,
Escrever mais uma página.
No livro do destino
Que será para sempre teu.

domingo, 12 de junho de 2011

Amanhã

Passados dois minutos e trinta segundos da meia-noite, o meu pensamento foi assolado por dúvidas, para as quais, não possuía qualquer resposta, óbvia ou directa.
Em mim caiu a ficha de algo aterrador, tal como lança em campo de batalha, feriu mortalmente o meu ego, amadurecido pelas experiências vividas. Aquilo em que religiosamente acredito desmoronou, como construção de cartas soprada por leve brisa.
Todos os segundos que passamos construindo o nosso castelo, transformou-se em tempo, onde o prazer já não move a máquina nem proporciona agradáveis motivos para continuarmos unidos.
Misturada a angústia do abalo com a surpresa dos sentimentos, nostálgicos e contundentes, nova explosão de adrenalina, seguida por mais uma questão dilacerante –“O que vou fazer agora?”
Volto a experimentar a dança da incerteza que me atira ao infindável e agreste campo vazio. Recordo então em retrospectiva, como se de uma película cinematográfica se trata-se, alguns dos mais belos momentos que passamos e vivemos intensamente. Ferido mortalmente, sou chamado à gélida realidade da questão já exposta.
Observo ao redor o nosso leito, tudo permanece inalterado, sinto o teu respirar calmo e sereno, distante do turbilhão em que me encontro. Agora a tua proximidade em nada me altera o ser, apenas a distância me parece familiar. Porquê? Porque já não sinto esse fio condutor, que outrora me ligava à vida e por ele, todas as moléculas de energia saciavam a minha cede de amor? Porque somos distantes, quando apenas uns escassos centímetros nos separam neste leito?

Talvez poderei acreditar, tal como nos romances badalados que acostam na prateleira e que  desfolhas religiosamente, que os suspiros e desejos são o fruto da paixão, a pior dor, é a  provocada pelo amor, por não te ter de corpo e alma… Perdemo-nos nos caminhos sinuosos da vida e quem sabe, talvez no futuro, os nossos caminhos voltarão a cruzar-se. 










 


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Longe de mim



Os dias são demasiado longos,
Segundos, minutos e horas nos separam.
Sinto que estas lá longe…
Terrivelmente longe!
Caminho passo a passo mas em vão.
A cada caminhada encontro um fim.
Abro demasiadas portas de esperança,
E saboreio amargo sabor de desilusão.
Não estás em lugar nenhum,
Não te encontro …
Fecho os olhos e vejo-te sorrindo!
Alegria a minha das flores na esperança
Nem que seja da lembrança.
O sabor de te encontrar.







domingo, 16 de janeiro de 2011

Sentindo


Levitando nas horas do tempo
A falta que sinto é o vazio
Desde que partiste na bruma da noite
Envolta em mistérios sem sentido
Sabia que partias por caminho sem retorno
Deixando no trilho pegadas inseguras
Para viver o desejo da paixão
Também eu já pisei a relva e a lama
Corri sem intuito de te encontrar
Sei, esse dia foi único
Tal como a onda que quebra na areia
Vai embora para nunca mais voltar