Preparo-me para viver no meu próprio eco, o eu comigo mesmo nos murmúrios do pensamento solitário.
Iniciei uma viagem sem retorno para a solidão do tempo e espaço. Deixarei a superfície para viver no submundo vazio, oco e sem eco.
Ouvirei apenas o meu pensamento, enquanto me for permitido não perder a consciência do meu eu.
Muitas vezes senão todas, a incompreensão da diferença fere mais que a tentativa falseada da compreensão.
Serei sempre um ouvinte atento, dos males que te aprazem, aprendendo eternamente novas técnicas e ferramentas de apuramento dos sentidos.
Chegará o tempo da incapacidade de recordar o som mais delicado, a nota musical mais ténue, a onda do mar mais mansa e o respirar mais silencioso.
Esquecerei a musica favorita, o choro da criança ou a vossa voz?
Serei presenteado por capacidade desconhecida, fruto da evolução dos tempos, capaz de contornar a morte celular incessante?
Aguardarei o porvir...